É o que diz o estudo elaborado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta sexta-feira (15).
As dez cidades com maiores taxas de assassinatos no Brasil têm nove vezes mais pessoas na extrema pobreza do que as cidades menos violentas. É o que indica o Atlas da Violência 2018 sobre os municípios com dados referentes a 2016. Sete das dez cidades mais violentas do Brasil estão na Bahia e no Rio de Janeiro (veja mais abaixo).
Segundo o estudo elaborado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta sexta-feira (15), os dez municípios com mais de 100 mil habitantes e com menores taxas de homicídios têm 0,6% de pessoas extremamente pobres, enquanto os dez mais violentos têm 5,5%, em média. No total, o Brasil tinha 309 municípios com mais de 100 mil pessoas em 2016.
Para a diretora executiva do Fórum Brasileiro da Segurança Pública, Samira Bueno, “a edição do Atlas com dados municipais tenta jogar luz a um componente da violência letal que diz respeito às condições socioeconômicas das pessoas mais atingidas pela violência”.
“Basicamente mostramos que municípios com melhores níveis de desenvolvimento – e aqui falamos de habitação, educação, inserção no mercado de trabalho, dentre outros – também concentram menores índices de homicídio. Ou seja, estamos falando de pobreza, mas principalmente, estamos falando de vulnerabilidade econômica e de desigualdade”, afirma.
Bahia e Rio
Sete das dez cidades mais violentas do Brasil estão na Bahia e no Rio de Janeiro. Queimados e Japeri na região metropolitana do Rio, foram as recordistas; já na Bahia entram na lista as cidades de Eunápolis, Porto Seguro, Simões Filho, Lauro de Freitas e Camaçari. Entre as dez há ainda Maracanaú, no Ceará, Altamira, no Pará, e Almirante Tamandaré, no Paraná.
Brasil
Pela primeira vez na história, o Brasil atingiu a taxa de 30 assassinatos para cada 100 mil habitantes, em 2016, mostrou o Atlas da Violência divulgado no último dia 5. Com 62.517 homicídios, a taxa chegou a 30,3, que corresponde a 30 vezes a da Europa. Antes de 2016, a maior taxa havia sido registrada em 2014, com 29,8 por 100 mil habitantes.
Segundo o estudo, nos últimos dez anos, 553 mil pessoas perderam a vida vítimas de violência no Brasil. Em 2016, 71,1% dos homicídios foram praticados com armas de fogo.
Apesar de a taxa de 30 já ser muito alta, há uma discrepância entre as unidades da federação, onde em Sergipe, a taxa chega a 64,7, Alagoas, 54,2 e Rio Grande do Norte, 53,4. Já São Paulo tem taxa de 10,9, Santa Catarina, 14,2, e Piauí, com 21,8.
A matéria completa trazida por este Jornal, sobre os números do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), publicados na data de hoje, 15, está no endereço http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=33510&catid=8&Itemid=6, e também no Portal G1 – Jornal O Globo no endereço https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/cinco-das-dez-cidades-mais-violentas-do-pais-estao-na-bahia-aponta-estudo.ghtml.
Fonte: IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada / Portal G1 – Jornal O Globo