Gravar ou não gravar o professor que impõe suas opiniões partidárias pessoais à seus alunos?
A polêmica em questão, teve início com uma postagem da Deputada eleita por Santa Catarina, Ana Carolina Campagnolo, que publicou nas redes sociais orientação aos alunos para gravarem as aulas caso percebessem que os professores estariam colocando suas opiniões partidárias em classe, sugerindo, doutrinando ou até mesmo invertendo fatos históricos, de forma tendenciosa ou ideológica, muitos desses alunos com orientação dos próprios pais.
Após a publicação, a Deputada sofreu um massacre midiático, sendo acusada de “tentativa de cerceamento”, promovido por um grupo de professores, sugerindo até a impugnação de sua candidatura; pelo fato de continuar defendendo suas ideias, as quais foram muito discutidas em sua campanha, que logrou vitoriosa ao final.
Mas, recentemente, entrou em evidência também, a declaração da Juíza Ludmila Lins Grilo, do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, onde afirma que não se trata de cerceamento ou de vigiar o professor, mas sim, o direito inalienável dos pais de saberem o que está sendo ensinado aos seus filhos dentro das instituições de ensino, públicas ou privadas. Nesse sentido, a Juíza Ludmila, que vem se destacando com sua voz marcante nesta mais nova geração de magistrados brasileiros, opinou com extrema precisão e desvendou a questão.
“Não há sigilo em sala de aula, especialmente em se tratando de crianças e adolescentes, cujos pais DEVEM saber de tudo o que lá ocorre. O ambiente é coletivo e a regra é a publicidade. Bem diferente dos consultórios médicos ou psicológicos, de atendimento individual e íntimo”.
“O direito de produzir provas para utilização em juízo – inclusive vídeos – tem status constitucional, pois consectário lógico dos princípios do contraditório e da ampla defesa previstos no artigo 5° – mesmo artigo que prevê o direito à imagem. Todos são direitos constitucionais.
Vale lembrar que a ampla defesa é princípio relacionado apenas aos réus, enquanto o contraditório vale para todos os litigantes”, afirmou a Juíza Ludmila Lins Grilo em sua rede social.
Centenas de milhares de pais de alunos e outros professores, se manifestaram em favor da declaração da juíza, alegando que a escola não é uma área isenta da fiscalização por parte da sociedade, particularmente por ser um ambiente de prestação de serviço, laico e apartidário, a princípio. Grupos de professores alegam que estão sendo rotulados como “iguais” e alegam serem diferentes; também não concordando com a doutrinação em classes e que se sentiriam melhores tendo os vídeos mostrando que eles prestam um bom serviço à sociedade, separando o “joio do trigo”.