O aparelho 6310 voltou em uma
nova versão — com 3 opções de cores e o jogo da cobrinha. A novidade mostra que
a empresa está apostando no mercado de feature phone. Entenda!
Há 20 anos, o Nokia 6310 —
conhecido como tijolão por causa de sua boa resistência — era lançado. Foi um
sucesso. O Snake, seu jogo da cobrinha, também ficou popular.
Mas ele foi engolido pelas
inovações dos smartphones. Agora, a boa notícia para os fãs da marca é que o
aparelho voltou em uma nova versão — em 3 opções de cores: amarelo, preto e
verde escuro — em comemoração aos vinte anos do lançamento.
Assinado pela HDM Global, atual
dona da Nokia, o celular tem a aparência parecida com o antigo, com melhorias:
tela curva, botões e menus maiores, câmera de 0.3 MP com flash, MP3 player e
rádio AM. Além disso, a bateria (como a antiga versão) pode durar semanas entre
as cargas.
Num primeiro momento, parece
apenas uma jogada de marketing para fazer barulho com a marca Nokia. No
entanto, a estratégia pode ser ainda maior: marcar território no mercado de
feature phone para fisgar o consumidor que quer passar menos tempo em frente às
telas. Segue o fio para entender essa história:
O QUE É FEATURE PHONE?
São celulares básicos com algumas
funções inteligentes. Em outras palavras, trata-se de um aparelho com menos
recursos do que os smartphones. Podemos chamá-los de híbridos — já que une
um pouco das características dos retrôs com a dos telefones inteligentes.
Geralmente, alguns modelos de
features phones oferecem recursos como ligações, mensagens e rádio. Outros
tipos têm câmera e wifi, mas com limitação de acesso aos buscadores, e-mails e
aplicativos.
AS PESSOAS COMPRARIAM ESSES
MODELOS?
Sim. Segundo o IDC, o número tem
caído nos últimos anos, mas continua movimentando o mercado. Para você ter uma
ideia, nos 3 primeiros meses de 2021 foram vendidos cerca de 706 mil feature
phones, segundo dados do IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q1 2021.
De um lado, por causa do preço:
eles são mais baratos do que os smartphones — embora a categoria tenha ficado
39% mais cara no ano passado, segundo a IDC Brasil — ainda assim é mais barato
do que os celulares inteligentes.
Do outro lado, para evitar o uso
excessivo das redes sociais, as pessoas buscam se desconectar nos tempos
livres, como em férias e viagens, por exemplo.
ESSE MODELO REPRESENTA O
PASSADO OU FUTURO?
Se depender da Nokia e das
startups que estão apostando no modelo, será passado, e também futuro. Prova
disso é a Ligth Phone, startup americana fundada por Joe Hollier e Kaiwei Tang,
que criou um celular sem redes sociais e pesquisas no Google. Um
feature phone super básico, mas com design moderno (veja foto abaixo).
“A tecnologia de nosso aparelho
foi intencionalmente projetada para você usá-lo o menos tempo possível”, diz
a companhia. O motivo? Aumentar a qualidade de vida das pessoas. E não,
você não leu errado. Vai na contramão das gigantes da tecnologia — que a cada
lançamento trazem smartphones cheios de inovações que prendem o usuário.
“É um telefone, ele liga e envia
mensagens de texto. Há um menu personalizável de ferramentas simples e painel
para gerenciar tudo. Também tem fone de ouvido e bluetooth”, completa.
Além dessas empresas, outras como
a Xiaomi também apostam na fabricação do feature phone. A própria Nokia tem
outros modelos além do 6310. Será que a moda pega?
Edição: Ronaldo Ribeiro
Fonte: Sabrina Bezerra – Startse