Na mesma denúncia, os juristas também apontam que a nomeação de Moro para o ministério da Justiça, feita pelo presidente Jair Bolsonaro em 2018, teria sido parte dessa suposta negociação.
De principal estrela da operação Lava Jato entre 2014 e 2018 à denunciado por suspeita de negociar vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020, essa é à atual situação do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Um grupo de juristas denunciou Moro à Comissão de Ética da Presidência da República na última quinta-feira (30), alegando a suspeita de que o ex-ministro teria negociado a sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o presidente Jair Bolsonaro.
“O primeiro dos atos antiéticos ora imputados ao Denunciado consiste na conduta, suscitada pelo Presidente da República, de exigir sua indicação para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal, em troca da continuidade do cargo de Ministro de Estado da Justiça”, diz o texto da denúncia.
“A conduta enunciada denota a ocorrência de ato ilícito, consistente em exigir vantagem de natureza pessoal para que se leve a cabo o ato administrativo de nomeação no cargo em comento”, sustentam os juristas, segundo informações do Jornal de Brasília.
Na mesma denúncia, os juristas também apontam que a nomeação de Moro para o ministério da Justiça, feita pelo presidente Jair Bolsonaro em 2018, teria sido parte dessa suposta negociação.
Por outro lado, Bolsonaro teria deixado evidente que não teria feito qualquer acordo com Moro neste sentido, justamente pelo fato do ex-ministro ter renunciado ao cargo de ministro da Justiça, na sexta-feira de 24 de abril desse ano. Segundo o presidente, a “chantagem” teria partido do próprio Moro.
Assinam a denúncia os advogados Celso Antônio Bandeira de Mello, Lênio Streck, Caroline Proner, Marcelo da Costa Neves, José Geraldo Junior, Kenariki Boujikian, Antônio Maués, Vera Lúcia Araújo, Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira, Gisele Cittadino, Geraldo Prado, Weida Bandeira de Mello, Fabio Gaspar, Marco Aurélio de Carvalho.
Por Laura Tatsumi
Fonte: Comissão de Ética da Presidência da República