O General Hamilton Mourão (PRTB) juntamente com o Deputado Jair Messias Bolsonaro (PSL) e suas equipes se reuniram às pressas no Rio de Janeiro.
O Deputado e pré-candidato à Presidência da República vê com muita simpatia a possibilidade do General como seu Vice e precisa de uma decisão o mais rápido possível.
O manifesto da “esquerda light” propondo a união de partidos em prol de uma candidatura de centro, numa estratégia de parar o crescimento de Bolsonaro, teria também influído na decisão de definir rapidamente o nome do Vice.
A escolha do General Mourão para Vice – segundo analista ouvido pela Revista Sociedade Militar – aparentemente não tem muita lógica, na medida em que “os eleitores de Bolsonaro são os mesmos que votariam em Mourão“. Esperava-se que a escolha recaísse sobre um político mais de centro, para tentar atrair os eleitores que ainda possuem alguma reserva em relação às propostas de Jair Bolsonaro. Por outro lado, o General conta a seu favor com um grande clamor popular, assim como o apoio irrestrito das famílias e militares do Exército, Marinha e Força Aérea, Força Nacional, PF e Forças de Segurança estaduais. Nos últimos anos os militares e seus familiares, antes mais tímidos, têm se manifestado nas redes sociais de forma aberta, usando o direito constitucional do cidadão, em poder se expressar.
Outra questão que possivelmente possa surgir e muito se fala, é sobre uma possível condenação de Bolsonaro no STF pelo crime de incitação ao estupro, processo este que traz dúvidas quanto ao seu mérito e legalidade, já que o Deputado goza de Imunidade Parlamentar. Diz a Constituição, no caput de seu artigo 53, que “os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. A chamada “imunidade material” dos parlamentares sempre foi entendida como um princípio fundamental para a atividade política e a busca do bem comum; um meio de evitar perseguições e retaliações de qualquer origem.
Mas, mesmo assim, se for condenado, o deputado não teria sua candidatura cassada, pois este tipo de crime não está previsto na lei da Ficha Limpa. Contudo, a condenação pode gerar um processo relâmpago na câmara dos deputados por quebra de decoro parlamentar e nesse caso, se condenado, Bolsonaro pode ficar inelegível por oito anos. Por isso, a opção de ter o General Mourão na chapa presidencial, seria uma opção de preservar os votos da Direita nacional, não permitindo assim que os eleitores se pulverizassem. É uma interpretação obvia e plausível, nesse momento em que, cada peça mexida neste grande tabuleiro, fará uma grande diferença nos passos à frente.