Na última semana de campanha política antes do primeiro turno das eleições, o mercado financeiro e a cotação do dólar mostraram uma clara evidência de sua tranquilidade quanto à possível vitória do presidenciável Jair Bolsonaro, seja no primeiro ou segundo turno.
O mercado financeiro se animou com o resultado da última pesquisa Ibope, que mostrou a larga ampliação da vantagem do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, sobre o petista Fernando Haddad nas intenções de voto. O dólar iniciou o dia em queda e o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, vem operando em forte alta.
O Ibovespa chegou a registrar alta de 3,53%, aos 81.393,27 pontos, algo quase impossível de se prever, dias antes de uma eleição presidencial.
De acordo com a H.Commcor Corretora, o crescente aumento da rejeição a Haddad também animou os investidores. “Além desse desempenho, fortalece o potencial otimismo a alta disparada na taxa de rejeição do petista Haddad”, afirmou em nota.
“A euforia do mercado se deu porque o resultado da pesquisa foi surpreendente, uma vez que, nos últimos dias, Haddad vinha crescendo e Bolsonaro sofria ataques de todos os lados. Achava-se que ele havia atingido seu máximo nas pesquisas, mas não”, diz Victor Candido, economista-chefe da Guide Investimentos, em entrevista ao Estadão. Também contribuiu a notícia de que Bolsonaro recebeu o apoio da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), além de grupos parlamentares ligados à Igrejas e à Indústria.
O candidato do PSL se tornou o preferido dos investidores brasileiros por ter mais chances de derrotar o PT nas urnas – partido que, na visão do mercado, retomaria o papel mais intervencionista do Estado e poderia comprometer a agenda de reformas, além da forte sensação popular do não apoio às investigações de combate à corrupção, pelo fato obvio de a grande maioria de seus líderes e administradores estarem presos, ou em vias de.
As estatais puxaram a alta da Bolsa nesta terça. Eletrobrás e Banco do Brasil subiram fortemente a mais de 10%. “A alta das estatais está diretamente relacionada ao fato de Bolsonaro ter se comprometido a manter a agenda de privatizações, além de outros fatores importantes, como a reforma da Previdência e a política liberal”, diz Victor Candido.
Por: Ronaldo Ribeiro.