Após a confirmação pelo primeiro escalão do Governo dos 700 Milhões de dólares do BNDES para o financiamento do Gasoduto, Argentina entra em um novo escândalo, no mínimo estranho; apesar da crise econômica e uma inflação galopante, gastando milhões com lubrificantes, sem uma explicação convincente à sua população, que se revoltou ao saber o real destino da verba.
Uma iniciativa promovida pelo Ministério da Saúde de Buenos Aires causou polêmica na Argentina — e chamado atenção no mundo todo. É que o programa “Haceme tuyo” (faça-me seu, em tradução livre do espanhol) gastou 500 milhões de pesos argentinos (R$ 15 milhões) na compra de um gel lubrificante sexual.
De acordo com o jornal “El Clarin”, a província de Buenos Aires pagou US$ 500 por cada pote, numa compra total de um milhão de unidades, em convênio firmado com a empresa Farmacoop.
Ainda segundo o jornal, a compra inicial foi feita no mês de outubro e passou por cinco órgãos de controle interno. Ainda no final de 2022, entretanto, o Ministério da Saúde solicitou uma realocação de orçamento para aumentar o número de potes do lubrificante sexual.
Para o governo, “o uso de gel lubrificante reduz as chances de rompimento da camisinha nas relações sexuais e, assim, evita doenças sexualmente transmissíveis” e “é uma ferramenta recomendada para a prática de sexo anal especificamente”.
Em publicação no Twitter, Nicolás Kreplak, ministro da saúde de Buenos Aires e responsável pela iniciativa, comemorou o aumento nas buscas na internet pelo termo “gel lubrificante” depois que o caso veio à tona.
“Hoje mais argentinos e argentinas sabem para que serve e como usar um gel lubrificante. Mais informação é mais acesso e prevenção”, disse ele.
A compra do produto foi criticada por políticos de oposição. Também no Twitter, o deputado Diego Santilli disse: “Novo programa ‘faça-me seu’. Axel Kicillof [governador da província de Buenos Aires] gastou 500 milhões [de pesos argentinos] para comprar potes de gel íntimo. Acredite ou não, essas são as prioridades do kirchnerismo.”
Kreplak, que também é médico sanitarista, rebateu as críticas e disse que a compra do produto é uma iniciativa de cuidado com a população.
“Estamos gerindo, cumprindo a lei e cuidando da nossa população. A aquisição de itens de prevenção e cuidados com a saúde sexual não é novidade. Sempre foi feito e todos os insumos têm que ser fornecidos pelo Estado.”
“Este produto no mercado é vendido por quase US$ 2.000 e nosso preço de referência é de US$ 500. O gel de 2 gramas [em sachê] sempre foi entregue junto com a camisinha, mas nem toda a população usa os dois elementos. Os potes de 100 gramas serão entregues a quem precisar, evitando o descarte”, completou ele numa série de tuites publicados nesta terça-feira (3)..
Ronaldo Ribeiro
Jornal Publi Cidade
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