“Que atire a primeira pedra quem nunca dormiu de absorvente interno.”
Quem convive com a menstruação há anos, religiosamente todo mês, sabe do risco de cometer alguns erros comuns que podem afetar a saúde – e não apenas da região íntima.
Talvez esses erros não sejam novidade para você, mas é sempre bom lembrar, pois com saúde não se brinca. Por isso, para explicar sobre os riscos, trouxemos a entrevista da Dra. Bárbara Murayama, ginecologista e coordenadora da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, de São Paulo.
Trouxemos a lista dos 8 principais erros cometidos, capazes de comprometer a saúde íntima.
Dormir com absorvente interno.
Trocá-lo no mínimo de 4 em 4 horas é bem importante, pois há risco de infecções e feridas, se você ficar com o mesmo absorvente interno durante muito tempo. Além disso, outro problema muito mais grave também pode ocorrer: o choque tóxico, que é bastante raro, mas pode até mesmo levar à morte. “O absorvente interno foi desenvolvido para esse período de uso, após esse tempo [de 4 horas], ele se torna um meio de cultura para bactérias que podem causar danos sérios, desde simples corrimentos até feridas e morte, em casos graves de choque tóxico”, diz a médica.
Quando há pouco fluxo, usar o mesmo absorvente externo durante muitas horas
“Depois de quatro horas, o absorvente externo também pode se tornar um meio de cultura de bactérias. Podem acontecer corrimentos, coceiras e até graves infecções”. Ou seja: não é bom deixar aquele sangue parado em contato com a vulva por longos espaços de tempo.
Não verificar o absorvente interno depois de ter entrado no mar ou na piscina
Dependendo do tamanho do absorvente e do corpo de cada mulher, é possível que o algodão seja molhado pela água. Sendo assim, não é bom deixá-lo introduzido. O melhor é checar se isso acontece com você e, caso aconteça, lembre-se sempre de trocar o absorvente depois do mergulho. “É importante conhecer seu corpo, sua menstruação, para saber qual a melhor maneira de usar”.
Esquecer de ferver o coletor depois de cada ciclo menstrual
A correta higienização do copinho é indispensável para que não haja risco de infecção. “É preciso seguir as recomendações de cada produto”, alerta a ginecologista.
Não ter uma panelinha específica para ferver o coletor
Mesmo que seja utilizada água fervente, isso não significa que você possa usar qualquer panela para ferver o copinho! A Dra. Bárbara também alerta para o fato de que a panelinha para higienização deve ser pessoal e intransferível. “O coletor deve ser higienizado de forma individualizada para evitar transmissão de doenças”. Também vale lembrar que o ideal é usar uma panela esmaltada para o procedimento.
Automedicar-se e abusar dos medicamentos para cólica
“Nenhuma automedicação é recomendada, para nada. A cólica pode ser um sintoma de alguma doença e, mesmo se não for, há medicações e tratamentos corretos, que devem ser individualizados para cada caso. Alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não hormonais, não devem ser usados por longos períodos, pois podem prejudicar os rins”, alerta a ginecologista.
Usar roupas apertadas
Vale lembrar que, por produzir não só a menstruação e outros fluídos, mas também o suor, a região é sensível. “Quanto mais arejada a região íntima estiver, melhor. Quando abafamos, aumentamos as chances de infecções, especialmente por fungos, como a candidíase“.
“Aproveitar” para transar sem proteção
“A menstruação é composta por sangue, então, o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis é maior nesta fase, se a mulher tiver contato com alguma doença”. Então, você já sabe, mas é sempre bom lembrar: camisinha sempre!
Fonte: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia